Ministério da Saúde paga R$ 2,7 bilhões com medicamentos judicializados e teme explosão de custos

O aumento nas demandas judiciais por medicamentos de alto custo levou o Ministério da Saúde a desembolsar R$ 2,7 bilhões apenas no primeiro semestre de 2024. A informação é da Folha de S.Paulo, destacando o temor do governo em relação à escalada desses gastos, que, caso mantenha o ritmo, pode superar os R$ 5 bilhões até o fim do ano.

O que são medicamentos judicializados?

Medicamentos judicializados são aqueles fornecidos pelo poder público a partir de decisões judiciais que obrigam o Estado a garantir o acesso a tratamentos não previstos nas políticas públicas regulares ou fora da lista de medicamentos padronizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Motivos por trás do aumento judicial

Segundo a reportagem da Folha, inúmeros fatores contribuem para esse cenário, entre eles:

  • Falta de atualização na lista de medicamentos do SUS;
  • Acesso limitado a novos medicamentos incorporados à ciência;
  • Corrupção e má gestão em compras públicas;
  • Interferência da indústria farmacêutica estimulando ações judiciais;
  • Baixa transparência e planejamento no sistema de saúde.

Opinião de especialistas

Para especialistas ouvidos pela matéria, o fenômeno da judicialização revela uma falha estrutural no planejamento do sistema de saúde e na rapidez com que novas tecnologias são incorporadas ao SUS. Eles alertam para o risco de se criar desigualdade no acesso ao tratamento, favorecendo quem consegue judicializar, em detrimento da maioria que segue o fluxo regular.

Aspectos jurídicos da judicialização da saúde

A Constituição Federal garante o direito à saúde a todos os cidadãos. Por isso, pacientes que não encontram respostas na rede pública recorrem à Justiça para assegurar o tratamento. Tribunais brasileiros, de forma geral, têm se posicionado favoravelmente a essas demandas, baseando-se no princípio da dignidade da pessoa humana.

Recomendações ao cidadão

Se você ou alguém da sua família precisa de um medicamento de alto custo que não está disponível pelo SUS, é essencial ter:

  • Laudo médico detalhado comprovando a necessidade do tratamento;
  • Orçamento do medicamento em farmácias e distribuidoras autorizadas;
  • Comprovação de que o medicamento não é fornecido administrativamente;
  • Assistência jurídica especializada para ajuizar uma ação eficaz.

Conclusão: o que esperar do futuro

O avanço da judicialização e o consequente aumento de custos exigem do governo federal uma reestruturação da política de saúde pública e maior transparência na incorporação de novas tecnologias no SUS. Ao mesmo tempo, os cidadãos precisam de informação e apoio jurídico para fazer valer seus direitos com responsabilidade.

Está com dificuldades para obter medicamentos de alto custo? Nosso escritório está preparado para oferecer suporte jurídico especializado nesses casos. Entre em contato conosco e saiba como podemos ajudar você a garantir seu tratamento.

Acompanhe mais conteúdos sobre saúde e direito em nosso blog.

Fonte: Folha de S.Paulo