Procon-SP quer ouvir os consumidores sobre compra de medicamentos e uso de dados pessoais

O Procon-SP lançou uma consulta pública com o objetivo de ouvir os consumidores sobre um tema sensível e cada vez mais debatido: a compra de medicamentos e o uso de dados pessoais associados a esse processo. A iniciativa foi divulgada no site oficial do órgão no dia 29 de maio de 2024 e tem o intuito de coletar informações e opiniões que possam influenciar na formulação de políticas públicas e ações fiscalizadoras. (Fonte: Procon-SP)

Entenda o objetivo da consulta pública do Procon-SP

A proposta do Procon-SP é contribuir para o debate sobre a proteção de dados pessoais no mercado farmacêutico. Através de um formulário online, o órgão busca compreender o comportamento do consumidor na compra de medicamentos com e sem prescrição médica, tanto em farmácias físicas quanto digitais.

A consulta também pretende mapear como os dados pessoais dos consumidores estão sendo coletados, tratados e utilizados pelas empresas do setor, especialmente nas situações em que há oferta de descontos mediante cadastro ou programas de fidelidade.

Aspectos legais envolvidos na coleta e uso de dados pessoais na compra de medicamentos

Com a vigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o tratamento de dados sensíveis, como os relacionados à saúde, requer cuidados específicos e bases legais bem definidas. A coleta de informações durante a aquisição de medicamentos pode entrar nesse escopo, especialmente quando envolve o fornecimento de CPF ou histórico de compra.

Segundo a LGPD, dados de saúde são considerados sensíveis e exigem consentimento explícito para tratamento, salvo em algumas exceções previstas por lei. O descumprimento pode acarretar sanções administrativas e até ações judiciais por parte dos consumidores prejudicados.

Possíveis impactos jurídicos para empresas do setor farmacêutico

Empresas do ramo precisam estar atentas aos desdobramentos dessa consulta pública, pois ela pode resultar em recomendações, fiscalizações ou até normativas específicas para o setor. O comércio eletrônico de medicamentos, por exemplo, demanda cuidados redobrados quanto à segurança da informação e respeito à privacidade dos dados do consumidor.

A adoção de práticas transparentes e a adequação à LGPD são medidas fundamentais para evitar riscos legais e preservar a confiança do cliente.

Recomendações para consumidores e empresas

Para os consumidores, é fundamental estar atento às exigências de dados no momento da compra e questionar a real necessidade dessas informações. É direito do consumidor saber como seus dados serão utilizados e se estão sendo tratados em conformidade com a lei.

Já para as empresas, recomenda-se revisar as políticas de privacidade, consentimento e segurança da informação. A participação na consulta pública também pode ser uma oportunidade de contribuir ativamente na construção de um ambiente mais transparente e seguro.

Conclusão: Participação ativa pode fomentar uma política mais justa

A iniciativa do Procon-SP representa um passo importante para ampliar a consciência sobre os direitos do consumidor, especialmente na intersecção entre saúde e proteção de dados. A participação dos consumidores é essencial para que ações práticas sejam desenvolvidas em benefício da população.

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Fonte: Procon-SP